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FOTO POESIA

Não me envergonho. Já fui vida. Já fui bela. Tuas mãos me deformaram. Para ti, desejo somente o som do ranger, para que sinta meu sofrimento.

Não me envergonho. Já fui vida. Já fui bela. Tuas mãos me deformaram. Para ti, desejo somente o som do ranger, para que sinta meu sofrimento.

A vontade de construção, desconstrói o que seria a natureza.

A vontade de construção, desconstrói o que seria a natureza.

Do horizonte deslumbrante te ofereço o horrorizonte.

Do horizonte deslumbrante te ofereço o horrorizonte.

Verdejar nas entranhas de quem carrega sua morte.

Verdejar nas entranhas de quem carrega sua morte.

Enquanto a serra zumbia, ouviam-se os gritos e choros na floresta minguante.

Enquanto a serra zumbia, ouviam-se os gritos e choros na floresta minguante.

Assim será o que já foi corpo?

Assim será o que já foi corpo?

Troncos não revivem mais, escrevem suas próprias lápides. Sobra o farfalhar das amarras.

Troncos não revivem mais, escrevem suas próprias lápides. Sobra o farfalhar das amarras.

O desespero do choro que não sai.

O desespero do choro que não sai.

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